Crescimento de receitas municipais em Santa Rosa contrasta com dificuldades salariais de servidores
Nos últimos anos, Santa Rosa tem experimentado um aumento significativo em suas receitas municipais, mas os reflexos nos salários dos servidores públicos ainda estão aquém do esperado. Dados mostram que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) saltou de R$ 39 milhões em 2021 para R$ 52 milhões em 2023, representando um aumento de 33%. Já os repasses do FUNDEB cresceram de R$ 9 milhões em 2021 para R$ 13 milhões em 2024, um expressivo avanço de 44%.
Em contrapartida, os salários dos servidores gerais e professores tiveram reajustes médios de apenas 26% no mesmo período. Embora representem ganhos reais, esses aumentos são insuficientes para compensar as perdas acumuladas, especialmente após os impactos da Lei Complementar 173/2020, que congelou salários e progressões durante a pandemia.
“Apesar do aumento na arrecadação, os efeitos das medidas de austeridade ainda são sentidos. O custo de vida subiu muito mais do que os reajustes salariais”, afirma Jonas Fusiger, presidente do SIMUSAR, sindicato que representa os servidores municipais.
Os dados sobre a arrecadação estão disponíveis em fontes como o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE) e os relatórios da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Além disso, informações detalhadas sobre despesas e receitas podem ser acessadas no Portal da Transparência Municipal.
Assembleia reforça novas reivindicações
Diante desse cenário, o SIMUSAR realizou uma assembleia para revisar o acordo firmado em 2021, que previa reposição pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e ganho real de 1%. A categoria decidiu solicitar a ampliação desse ganho real para 2%, considerando o aumento expressivo na arrecadação municipal.
A valorização salarial é considerada fundamental não apenas para corrigir distorções históricas, mas também para manter a eficiência dos serviços públicos prestados à população. “A população merece um serviço público qualificado, e isso passa por uma política salarial que valorize seus servidores”, destacou Jonas.
A administração municipal agora precisa enfrentar o desafio de equilibrar o crescimento econômico com a implementação de políticas salariais mais justas e inclusivas. Para os servidores, a expectativa é que os avanços nas receitas se traduzam em condições mais dignas de trabalho e remuneração.
A população pode acompanhar os desdobramentos dessa discussão por meio do Portal da Transparência e das entidades representativas, como sindicatos e associações. O desenrolar dessa negociação será crucial para determinar como o município priorizará seus investimentos e a valorização do funcionalismo público.